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sexta-feira, 12 de abril de 2013

Uma breve história da Gestão do Conhecimento

Este artigo propõe uma breve história da gestão do conhecimento organizacional, abordando fatos históricos relevantes para a sua concepção e desenvolvimento, chegando até os dias de hoje.


Durante toda a história o homem buscou uma forma de descrever o conhecimento, ainda na antiguidade clássica Platão define o conhecimento como "crença verdadeira e justificada". Aristóteles, seu discípulo introduziu uma concepção que perdura até hoje: a de que a essência de cada coisa está na própria coisa. Como defendia essa concepção, Aristóteles foi um dos primeiros a fazer pesquisas científicas, buscando conhecer a coisa na própria coisa.
Na Idade Moderna, René Descartes questiona Aristóteles e propõe chegar à verdade através da dúvida sistemática e da decomposição do problema em pequenas partes, características que definiram a base da pesquisa científica.
Gestão do Conhecimento
Um momento marcante, que viria a ser a semente da Gestão do Conhecimento, foi o final do século XVIII, neste período ocorria a "revolução dupla" termo que define o momento em que ocorre simultaneamente a "Revolução Industrial" britânica com suas ferrovias e fábricas, que romperiam as estruturas socioeconômicas tradicionais de todo o mundo, alterando pra sempre o formato das organizações e a "Revolução Sociopolítica" francesa que de forma complementar e não competitiva, ficaria a cargo de formar toda a estrutura política, códigos legais, modelos de organização técnica e científica, assim como as novas ideologias, pertinentes até os dias de hoje (Hobsbawn, 2011a). A demanda pelas modernas técnicas de gestão, surgem neste momento em resposta às consequências provocadas pelas revoluções.
Contextualizando, neste período, o mundo era basicamente agrário e sua produção de manufaturas era realizada por artesãos que transmitiam o conhecimento para realização de suas tarefas de forma hereditária. Com o advento da revolução, o mundo entrou em uma era de produção em escala industrial, mudando por completo o sistema de trabalho e produção existentes, levando os novos capitalistas, administradores deste novo formato de produção compreender a necessidade crescente de pessoas com um nível "adequado" de qualificação, sendo uma primeira tendência do que estaria por vir.
A necessidade de maior qualificação, ou de um formato educacional padronizado, levou o sistema educacional a ser um ponto crucial para o desenvolvimento da indústria, Hobsbawm descreve em seu livro "A Era do Capital" (Hobsbawn, 2011b), que os pioneiros da primeira fase industrial, Inglaterra e Bélgica, não estavam entre os povos mais alfabetizados e seus sistemas de educação avançada ou tecnológica estavam longe de ser bons, todavia, daquele momento em diante, era quase impossível que um país onde faltasse educação de massa e instituições adequadas para educação avançada viesse a se tornar uma economia "moderna" e vice-versa, países pobres e retrógrados que contavam com um bom sistema educacional, encontraram facilidade para iniciar o seu desenvolvimento devido ao acumulo de conhecimento gerado.
Não obstante, aquilo de que o desenvolvimento econômico precisava em nível mais elevado não era tanto originalidade científica e sofisticação – estas poderiam ser tomadas de empréstimo – precisaria da capacidade de compreender e manipular a ciência: "desenvolvimento" mais do que pesquisa e para isso começava a se tornar importante uma política de sistematização do conhecimento.
As universidades e academias técnicas, indistintas pelos padrões de, digamos, a francesa Polytechnique, eram economicamente superiores às britânicas, porque proporcionava uma educação sistemática para engenheiros, como ainda não existia na Inglaterra. Mais a frente os americanos seriam ainda superiores aos franceses porque produziam em massa engenheiros de nível "adequado", em vez de produzir poucos de nível superior e de grande cultura, como na França.
No fim do século XIX (1880-1900), devido a uma crise financeira estabelecida neste período, uma maior pressão sobre o lucro foi imposta aos gestores, todavia, o aumento da complexidade para gerir as empresas cresceu substancialmente, onde os métodos tradicionais, em sua maioria empírica ou improvisada, não eram mais adequados, iniciava então, uma nova era de estudos relacionados à "Gestão".
No início do século XX, F.W.Taylor e sua "administração científica" com uma visão racional sobre a forma de controle, monitoramento e programação da forma de trabalho, beneficiando as empresas que visam à maximização do lucro buscou através de tempos e métodos, conseguir com que os operários trabalhassem com a máxima eficiência e o mínimo custo, seu contemporâneo Henri Fayol e a "administração clássica", pregava uma administração mais autônoma da produção, mais rigorosa e funcionando essencialmente de "cima pra baixo". Se traçarmos um paralelo entre essas duas escolas, cientifica e clássica, observaremos que enquanto Taylor estudava a empresa privilegiando as tarefas de produção, Fayol estudava a empresa privilegiando as tarefas de organização.
Mais tarde estas escolas foram tachadas de tendenciosas, devido ao desenvolvimento de princípios que buscavam explorar os trabalhadores ao limite de sua capacidade produtiva, o que se mostrou incompatíveis com as novas demandas e até intolerável em alguns casos.
Como reação a administração clássica, Mayo, criou a teoria do comportamento organizacional, enfatizando os colaboradores, suas relações sociais e interpessoais.
A partir de 1950 foi desenvolvida a teoria da burocracia de Max Weber, que se baseia na racionalidade, na adequação dos meios aos objetivos, para que se tenha o máximo de eficiência.
De Taylor e Fayol à moderna abordagem administrativa, contabilizam-se nomes de peso chegando-se, em 1954, ao modelo da "Administração por Objetivos", de Peter Drucker e, no período 1960-1980, à sedimentação da teoria de Igor Ansoff, abordando os princípios do planejamento e da administração estratégica (Ferreira, Reis e Pereira, 1997).
Modelos como o de "Administração Participativa", de essência socialista (Fourier, Marx e Proudhon); "Autogestão e co-Gestão" (sucesso alemão) e as administrações japonesas completam o plantel que servirá como base para estudos de vanguarda que mais tarde seriam conhecidos como "Gestão do Conhecimento".
Conclusão
Desde a década de 1990, a "Gestão do Conhecimento" se tornou a avant-garde dos processos de gestão. Os pesquisadores, consultores e especialistas desta área incentivavam as empresas atuais a considerar a criação do conhecimento como uma fonte de vantagem competitiva, visando à construção de um ambiente de aprendizado para preencher as demandas de uma sociedade do conhecimento pós-industrial.
Obs: Se levarmos em consideração a teoria criacionista, Adão e Eva nos dão o primeiro exemplo de utilização da Gestão do Conhecimento. A analogia da estória bíblica, com a Gestão do Conhecimento é descrita em Gêneses cap.2 e 3, onde a árvore do conhecimento faz o papel do sistema de Gestão do Conhecimento e os frutos as informações.
Fonte: http://bit.ly/ZkCqLy

Um comentário:

Unknown disse...

Muito importante as empresas participarem e contribuir para o aprendizagem tecnico.